
Pontopay: todos os serviços num só local
Acabaram-se as filas e as esperas intermináveis para renovar documentos e contratação de serviços essenciais. Em entrevista, Paulo Oliveira, CEO da PontoPay, conta-nos como as suas lojas têm sido alvo de sucesso e revela as suas pretensões de expandir a empresa para os quatro cantos do mundo.
Abrir um espaço que fosse acessível a todos os cidadãos para que pudessem usufruir de uma panóplia de serviços sem ser necessário agendamento prévio, foi o mote para a criação das lojas PontoPay, tal como explica Paulo Oliveira, “qualquer pessoa pode deslocar-se a um dos nossos estabelecimentos ou até mesmo a um agente, que estão distribuídos de norte a sul do país e, nesses locais, sem grandes dificuldades e sem qualquer tipo de marcação ou agendamento, são atendidos conseguindo aceder a todo o tipo de serviços que nós disponibilizamos”. Trata-se de serviços de utilidade pública como, por exemplo, a “renovação do cartão do cidadão ou da carta de condução, celebração ou mudança de contratos de telecomunicações, contratos de energias residenciais e empresariais, seguros, compra e venda de bilhetes de espetáculos, compra de viagens”, entre outras. Estão ainda ligados ao setor imobiliário através da venda, compra e arrendamento de imóveis. A comunicação também não fica de fora deste projeto uma vez que existem, inclusive, funções ligadas à gestão de redes sociais e à criação de sites. Tem uma encomenda ou até mesmo dinheiro para enviar para outro país e não sabe onde o fazer? Também é possível fazê-lo numa loja PontoPay. Estes são apenas alguns dos serviços prestados pela empresa.
Estando a sociedade atual em constante movimento, numa rotina de trabalho-casa, sem tempo para parar, fazer tudo o que necessitam num só local, parece ser uma ideia que está a ter bastante aceitação por parte dos portugueses. Para as gerações mais velhas, por exemplo, este é um conceito extremamente importante pois estes querem “ter uma relação de confiança com quem lhes trata deste tipo de assuntos. A partir do momento em que se estabelece uma relação de proximidade e de empatia com o cliente, ele vai-se sentir muito mais confortável para ir a uma das lojas e tratar do que tem a tratar, sendo mais provável a posterior recomendação a outras pessoas” descreve o CEO.
Mas desengane-se quem pensa que esta loja em tudo se assemelha a uma mera Loja do Cidadão. Enquanto que nesta última o cliente só consegue encontrar a EDP no que às energias diz respeito, uma loja PontoPay trabalha com a EDP, Iberdrola, Endesa, Goldenergy, Aldro, Audax, entre outras. Já para não falar nas longas horas de espera que perdia na Loja do Cidadão. Com este novo conceito, já não é preciso aguardar. Até o registo criminal agora é possível fazer numa loja PontoPay, algo que dantes parecia impossível. “Hoje em dia, fazemos tudo o que a loja do cidadão faz, mais o que ela não faz”, acrescenta Paulo Oliveira.

Requisitos necessários a uma loja ou agente PontoPay
Existem duas formas de cooperar com a PontoPay. Uma delas é através da loja oficial onde a pessoa trabalha exclusivamente com a marca, sendo a sua representante num determinado concelho. Por outra via, os agentes/parceiros têm já o seu próprio negócio e estabelecem um serviço complementar com a PontoPay. “Um contabilista trabalha a contabilidade do cliente. Quem melhor do que ele é que sabe qual o valor que o cliente paga em termos de energia e telecomunicações? Assim, ao conhecer a fatura do mesmo, apresenta-lhe uma proposta mais vantajosa para mudar de operadora de telecomunicações”, exemplifica.
Relativamente às particularidades a ter em atenção se tem a intenção de abrir uma loja PontoPay ou ser um dos seus agentes, primeiramente, é necessário ter um negócio que esteja relacionado com o cliente. Depois, tem de aceder ao site pontopay.pt onde vai encontrar o botão de candidatura a agente. Entretanto, “é contactado por um inspetor que faz a visita ao espaço, conversa com o cliente e explica todo o nosso modus operandi bem como todos os serviços que temos e depois, havendo o interesse de ambas as partes, avançamos para o processo de iniciação do serviço”, explica Paulo Oliveira. O processo é, portanto, bem simples. Basta que tenha computador, Internet e eletricidade para que seja instalada a plataforma da PontoPay e, a partir daí, o agente recebe um merchandising de promoção de serviços e começa a trabalhar. Imagine-se que tem uma papelaria, “comprou um livro por 15 euros e vendeu por 20, acabou por ganhar 5 euros. Com um contrato de energias gastou uma folha de papel, preencheu-a e ganhou cerca de 40 euros”, refere.

Efeitos gerados pela pandemia
Devido ao impacto provocado pelo coronavírus, as Lojas do Cidadão estavam a trabalhar a 20 por cento e através de visitas agendadas. Ora, com a maior parte do mercado fechado, em confinamento, “nós éramos uma das poucas áreas de negócios que eram vistas como prioridade, ou seja, tivemos sempre abertos”, explica o CEO, ainda que com as devidas restrições impostas pela DGS. Isto levou a um crescimento exponencial por parte da marca, “enquanto que ano de 2019 faturamos na ordem de 1 milhão de euros em serviços, em 2021 ultrapassamos a barreira dos 2 milhões e meio de faturação em serviços”, explana. Paulo Oliveira salienta ainda que “em pleno confinamento fizemos aberturas de loja e chegamos a ter filas de 20 pessoas para renovar o cartão do cidadão. Tínhamos diariamente pessoas a tentar entrar em contacto connosco via redes sociais a perguntar se fazíamos renovação do cartão do cidadão, até que horas é que podiam ir, se tinha que se marcar, entre outras questões relacionadas”.
Ambições futuras
A nível nacional, contam já com 1.300 agentes, 350 parceiros e até final do mês de fevereiro está prevista a abertura de 36 lojas. Ainda assim, trabalhar além-fronteiras é uma das metas traçadas pela PontoPay para este novo ano de 2022. Os PALOP são os principais visados nesta expansão da empresa sendo que a ideia é ter alguém em Angola, por exemplo, que faça o intercâmbio de serviços desde lá para Portugal e vice-versa. Por outras palavras, “se uma pessoa que reside em Angola e tem interesse em viver em Portugal através de uma loja PontoPay pode, nomeadamente, comprar a casa para ir adiantando todas as burocracias”. Além disso, acabaram de adquirir uma empresa que vai tratar da parte técnica dos serviços e, ao que tudo indica, irá ser lançada no dia 1 de março. “Até aqui só fazíamos a comercialização dos serviços, mas agora queremos fechar o ciclo, desde a venda do produto até à sua instalação. Ou seja, eu vendo um contrato de telecomunicações e logo de seguida tenho equipas que vão fazer a instalação à casa do cliente”, explica. A preocupação com o ambiente também está muito presente tendo em conta que está a ser desenvolvido um projeto na área das energias renováveis com o objetivo de reduzir consumos e trabalhar com a energia verde.